domingo, 24 de julho de 2011

Reflexões sobre Educação

Como educadora, acredito em uma educação capaz de produzir frutos que ultrapassem um bom boletim escolar, e que, acima de tudo, forme um ser humano reflexivo capaz de respeitar a si e o outro. Consciente da necessidade de transformação social que eleva o homem, dentro dos princípios cristãos, e que entende a liberdade co-relacionada com a responsabilidade, acredito que todos os seres vivos nos ecossistemas lidam com limites impostos para a própria sobrevivência. Quem, em nome da liberdade, ousaria em desafiar a Lei da Gravidade?

A Educação, em especial pautada nos valores cristãos, precisa priorizar o desenvolvimento da religiosidade, gratidão, ética e cidadania. Um dos desfios é elaborar um currículo que prepare para o mercado e a prática da vida em sociedade. A evolução do homem diante da globalização da economia levou-o a desenvolver a cultura do individualismo, onde a figura central do sujeito passou a ser ele mesmo. A competição é muito grande e todos acabam por se tornar um concorrente em potencial. Parece que o Narcisismo foi capaz de contaminar a sociedade pós-moderna e a "Lei de Gerson" é a ordem do dia. O que a escola poderia estar provocando na cabeça das pessoas para que o olhar sobre o coletivo fosse prevalecente? Ficamos em nossas mãos com seres humanos em formação durante um longo período e, por incrível que pareça, pouco conseguimos atingi-los para a construção de um cidadão pleno. Nossos jovens têm conseguido sair do período de escolarização com a cabeça mais cheia de informações do que com o coração cheio de motivações para a transformação da sociedade da qual fazem parte.

As escolas católicas têm o desafio de educar sobre os princípios cristãos estabelecidos há mais de 2000 anos, princípios estes que levam o ser humano ao equilíbrio emocional e espiritual. Portanto, são escolas que precisam encantar seus alunos e envolver/desenvolver seu pessoal (RH) para que estes possam compreender que o momento histórico é outro e, conseqüentemente exige uma nova postura, Entretanto, os princípios de Deus continuam iguais. Os planos de trabalho dos professores, geralmente, contam com o objetivo de formar um cidadão crítico e atuante. Esta proposta nos coloca sobre a necessidade de nos abrirmos para o diálogo, para o debate. Nossos jovens a cada instante nos desafiam com atitudes que parecem querer nos provocar. Mas, no fundo, clamam que lhes demos limites e regras. Sentem falta de um olhar de direcionamento.

Precisamos nos fortalecer emocionalmente para sermos questionados, negociarmos algumas propostas, desde que estas não firam os princípios defendidos pelas escolas católicas. Na verdade, é conquistar os jovens, estabelecendo uma parceria em que entendam que há sobre eles uma hierarquia que deve ser considerada e respeitada. E, ao serem colocadas as regras, que eles as entendam; é impossível conseguir atingir a todos no mesmo grau de entendimento e satisfação sobre as mesmas. E, enquanto humanos, a cada dia aprendemos a conviver com as divergências e as diferenças, pois assim, são constituídas todas as instâncias da vida em sociedade. A educação pelo diálogo deveria prevalecer a todo instante. O sim, o não, o como e o porquê têm de ser bem explicitados na dinâmica escolar. Portanto, não percamos de vista que o aluno da sociedade pós-moderna é outro, e nosso desafio é educá-lo para a grande aldeia global que precisa ser transformada.

Marilene Almeida

domingo, 5 de junho de 2011

Educação: O valor máximo do ser humano

Se quisermos realmente descobrir e compreender o valor essencial da humanidade, precisamos primeiro descobrir e analisar a origem e a prática educacional que foi sendo cultivada e transmitida de geração em geração. É a partir da educação, da formação e da cultura, enfim, do modelo de vida de um povo, que se torna possível compreender a história, onde a educação e o homem sempre estiveram trilhando passos conjuntos. Neste sentido, percebemos que não apenas o valor, mas toda a concepção que temos de homem, só é possível porque possuímos em nossa essência o princípio da educação. A educação está envolvida em tudo que diz respeito ou refere-se a nossa vida, desde as condições de nossa inserção no mundo material, no mundo social e cultural, até a inserção no mundo de nossos sentimentos e emoções. Em tudo a educação é referência. O homem é um ser essencialmente histórico, político, social e cultural. Por isso, a educação não pode ser isolada dessa realidade. Ela faz parte de todo o círculo que envolve a natureza humana, assim não deve ser vista simplesmente como uma disciplina curricular. Pelo contrário, educação é justamente um processo contínuo de formação e inculturação. Muito diferente de ser uma fase ou etapa que termina com o ingresso do homem na fase adulta ou no trabalho, ela acompanha o destino do ser humano em todas as idades, até seu fim último. A educação deve acompanhar e formar o homem em sua totalidade, de modo que ele esteja à altura das funções que lhe incumbem nesta vida, e até mesmo prepará-lo para a morte. Através do princípio da educação, o homem impulsiona o conhecimento e a descoberta do outro. É o caminho do homem consigo mesmo e com a história que ele mesmo constrói. Portanto, a educação é o foco central da descoberta e investigação da história humana, enquanto busca pela essência e valor do ser humano. A educação deve ser observada como manifestação histórica da cultura que herdamos ao longo de todo o processo e que foi passando de geração em geração. Ela é, acima de tudo, o meio pelo qual o povo recria perpetuamente as condições da própria existência, transmitindo firmemente suas crenças, valores e habilidades. Neste sentido, vale lembrar que a educação não se reduz à mera transmissão de saberes; mas ela faz parte da dinâmica de construção cooperativa do homem. Portanto, educação entendida nesta ótica seria reconduzir o ser humano para que ele se descubra como valor-fonte de toda experiência possível. Educar é mostrar que a semente do conhecimento está dentro de cada indivíduo, e só depende dele para produzir frutos. Neste processo de reconhecimento sobre o papel da educação, podemos afirmar que a mesma serviu desde o início da humanidade como farol, fazendo com que os valores se agregassem às novas conquistas, renovando-se continuamente. O sentido primordial da educação está reservado aos seres humanos, pois a educabilidade é uma dimensão que caracteriza o homem. É um compromisso humano. Poder-se-ia dizer que é o mais humano e mais humanizado de todos. O homem vai transformando-se em homem pela aprendizagem que vai adquirindo. A educação é central na história do homem e é a partir dela que o indivíduo vai se desenvolvendo e tornando-se numa pessoa socialmente reconhecida e aceita dentro de um determinado grupo.

domingo, 29 de maio de 2011

Perspectivas para a Educação

É difícil prever o futuro, porque ele não se desenvolve linearmente. Na educação, contudo, é mais fácil antecipar algumas perspectivas. A educação será cada vez mais importante para as pessoas, as empresas e os países.

A educação será cada vez mais complexa, porque a sociedade vai se tornando mais complicada, rica e exigente em todos os campos. A aprendizagem será contínua, ao longo da vida, de forma constante, mais inclusiva, em todos os níveis e modalidades e em todas as atividades pessoais, profissionais e sociais.

A educação será mais complexa, porque vai incorporando dimensões antes menos integradas ou visíveis como as competências intelectuais, emocionais e éticas.

A educação será mais complexa, porque cada vez sai mais do espaço físico da sala de aula para muitos espaços presenciais e virtuais; porque tende a modificar a figura do professor como centro da informação para que incorpore novos papéis como os de mediador, de facilitador, de gestor, de mobilizador. Desfocalizará o professor para incorporar o conceito de que todos aprendemos juntos, de que a inteligência é mais e mais coletiva, com múltiplas fontes de informação. A educação continuará na escola, mas se estenderá a todos os espaços sociais, principalmente aos organizacionais. As corporações, pressionadas pela competição e pela necessidade de atualização constante, cada vez mais se transformarão em organizações de aprendizagem e investirão no e-learning, na aprendizagem mediada por tecnologias telemáticas.

As tecnologias na educação do futuro também se multiplicarão e se integrarão, se tornarão mais e mais audiovisuais, instantâneas e abrangentes. Caminhamos para formas fáceis de vermo-nos, ouvirmo-nos, falarmo-nos, escrevermo-nos a qualquer momento, de qualquer lugar, a custos progressivamente menores. Com as tecnologias cada vez mais rápidas e integradas, o conceito de presença e distância se altera profundamente e as formas de ensinar e aprender também.

As modalidades de cursos serão extremamente variadas, flexíveis e “customizadas”, isto é, adaptadas ao perfil e ao momento de cada aluno. Não se falará daqui a dez ou quinze anos em cursos presenciais e cursos à distância. Os cursos serão extremamente flexíveis no tempo, no espaço, na metodologia, na gestão de tecnologias, na avaliação. Acredito que prevalecerá o sistema modular: os alunos completarão créditos à medida que forem concluindo os seus cursos e suas escolhas, completando determinado número de horas, de atividades, de requisitos, obtendo diferentes níveis de reconhecimento ou certificação.

Infelizmente todos esses avanços tecnológicos continuarão privilegiando uma parte da população brasileira. A maior parte das escolas continuará repetindo fórmulas pedagógicas ultrapassadas, tendo acesso a poucos recursos tecnológicos, com professores mal remunerados e resultados comprometedores para o futuro profissional desses alunos. E como a educação será cada vez mais importante para a mudança da sociedade, acredito que a diferença entre os que têm acesso à educação de qualidade e à educação massificadora será difícil de reverter no horizonte dos próximos anos. Numa sociedade desigual não se pode esperar só da escola a igualdade.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Verdades da Profissão de Professor

Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.
Paulo Freire

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A loja da Educação

Caminhando pela rua vi uma loja que se chamava a loja da educação.
Entrei na loja e vi um professor no balcão.
Maravilhado lhe perguntei.
- Mestre professor o que vendes?
Ele me respondeu
Tudo que necessita para ter uma educação
Custa muito caro?
Não tudo é de graça?
Contemplei a loja e vi jarros de respeito, pacotes de esperança e dedicação, caixinhas de amor, sabedoria, flexibilidade de compromisso.
Tomei coragem e pedi:
Por favor, pedir muito amor, respeito, bastante, sabedoria, esperança emfim.
Educação para mim, para minha família e toda a comunidade.
Então o professor preparou um pequeno embrulho que cabia na minha mão.
Sem entender perguntei-lhe
Como é possível colocar tantas coisas nesse pequeno embrulho?
O professor respondeu-me sorrindo meu querido, aqui na loja da educação não oferecemos frutos apenas sementes.


Autor Desconhecido